O adeus dos candidatos ao Planalto

Depois de promessas à população e acusações entre os candidatos, chegou ao fim o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. Ontem, foi a última vez em que os candidatos à presidência da República puderam expor suas ideias e convencer os eleitores para este 1º turno.

Em alta, Bolsonaro tem 39% dos votos válidos e Haddad, 25%, diz Datafolha

No ar desde 31 de agosto, o período da propaganda eleitoral foi marcado por novidades e incertezas. No início, o PT ainda veiculava a imagem de Lula como candidato. Preso em Curitiba e condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, o TSE negou a candidatura do petista, e o PT colocou Fernando Haddad como candidato.

Outro fato inesperado foi o atentado sofrido pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG). Desde então, ele não apareceu no programa de TV. Confira abaixo como foi a despedida ontem.

Geraldo Alckmin

Coligação - PSDB, PRB, PP, PTB, PR, PPS, DEM, PSD e Solidariedade

Com o maior tempo de propaganda, 5min32s, Alckmin começou o seu último programa criticando as notícias falsas que circulam pelas redes sociais. O candidato do PSDB afirmou que "pessoas ligadas a Bolsonaro propagam fake news". Ele disse que os eleitores não podem agir com raiva, ou medo, para "não embarcar em uma canoa furada", dizendo que tem a melhor equipe econômica entre os candidatos. Em seguida, a candidata à vice, Ana Amélia Lemos (PP), disse que Alckmin "é o único que terá apoio do Congresso" e que "presidente sem apoio cai". Alckmin ainda afirmou que é "especialista em derrotar o PT", citando exemplos no governo do Estado e da prefeitura de São Paulo. No fim da propaganda, foram mostrados dados afirmando que um em cada quatro eleitores admite escolher o seu candidato na última semana antes da eleição.

Fernando Haddad

Coligação - PT, PCdoB e PROS

Com 2min23s, Haddad iniciou o programa mostrando as conquistas que realizou enquanto foi ministro da Educação e prefeito de São Paulo. Ele prometeu o direito a três refeições por dia, saúde e educação para toda a população. Em seguida, Lula apareceu dizendo que o Brasil vai "voltar a sonhar" e que "é hora de eleger diretamente um novo presidente". Haddad disse que "urna não é lugar de depositar ódio, mas, sim, esperança". Por fim, a propaganda foi utilizada para criticar Jair Bolsonaro, dizendo que ele foi o único deputado que votou contra o combate à pobreza e à valorização do salário mínimo.

Henrique Meirelles

Coligação - MDB e PHS

Com 1min55s, Meirelles disse que, durante a campanha, teve a oportunidade de viajar por todo Brasil. Seguindo na mesma linha de propagandas anteriores, ele frisou que os políticos o chamaram para resolver os problemas do Brasil, porém, desta vez, "só volto ao governo se me chamarem na urna". Meirelles ressaltou as conquistas dos governos em que trabalhou, como a geração de empregos e programas sociais. No final, Meirelles disse que, para ele, "o mundo se divide entre quem trabalha quando o Brasil precisa e quem não trabalha".

Álvaro Dias

Coligação - Podemos, PSC, PTC e PRP

Com 40 segundos, Dias utilizou o seu último programa eleitoral para afirmar que os outros candidatos à presidência apoiam "esse sistema corrupto, maldito e perverso". Ele ainda prometeu que, em quatro anos, é possível mudar a história do país.

Ciro Gomes

Coligação - PDT e Avante

Com 38 segundos, Ciro criticou a polarização partidária entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Afirmou que é ficha limpa e que "conversa com todos os lados". Encerrando o programa, Ciro disse que é o único que ganha de Bolsonaro no segundo turno.

Marina Silva

Coligação - Rede Sustentabilidade e PV

Com 21 segundos, Marina prometeu uma economia moderna, saúde e trabalho. Encerrou o programa criticando Jair Bolsonaro (PSL), pedindo o voto dos que sabem que "o ódio não constrói o futuro".

Guilherme Boulos

Coligação - PSol e PCB

Com 13 segundos, Boulos chamou atenção para o voto consciente no primeiro turno, dizendo que "é o momento de votar em quem se acredita".

Cabo Daciolo

Coligação - Patriota

Com 8 segundos, Daciolo clamou "glória a Deus" e afirmou que a escravidão e a corrupção vão acabar no Brasil.

Jair Bolsonaro

Coligação - PSL e PRTB

Com 8 segundos disponíveis, Bolsonaro não aparece em programas eleitorais desde que sofreu o atentado. No último programa, com imagens ilustrativas, foi dito que "o sistema quer se manter no poder, mas o povo quer Bolsonaro".